Olá amigos. É com muito prazer que inicio este novo projeto na minha vida.
A tempos venho buscando iniciar um projeto grande de xadrez, tanto para realização pessoal quanto para ajudar outros enxadristas. Nesse ano durante o Campeonato Mundial, vencido pelo indiano Vishy Anand, tive a ideia de iniciar tal projeto, que seria analisar todas as partidas do mundial, postando as analises,comentários etc. Pois bem, pensando melhor, vi que não teria muito sentido iniciar nesse ano de 2012, por isso voltei até o ano de 1966, ano esse que Petrosian, até então campeão do mundo de xadrez, titulo conquistado em 1963, na cidade de Moscou na Rússia num match de 24 partidas onde Petrosian venceu o até então campeão mundial Mikhail Botvnnik pelo placar de 12½ a 9½.
Mas porque voltar em 1996?
No meu ponto de vista, o Campeonato Mundial de Xadrez de 1966, foi um dos mais históricos da história. Foi um dos poucos ou senão o unico mundial, onde o atual campeão do mundo entrou com poucas chances de titulo na visão de alguns jogadores. O desafiante do titulo Mundial, Boris Spassky, tinha vencido o Torneio dos Candidatos, mas não bateu qualquer jogadores no torneio.
Spassky, venceu um ano antes o Torneio dos Candidatos, que contava com os principais jogadores do mundo na epoca. Spassky venceu nas Quartas-de-Finais, o grande Paul Keres pelo placar de 6x4. Nas semifinais, Boris enfrentou o soviético Efim Geller que havia passado por Smyslov pelo impressionante placar de 5,5 x 2,5. O que Geller não esperava era que perderia para Spassky pelo mesmo placar.
No outro lado da chave, Mikhail Tal era o jogador cotado para chegar a final do Torneio dos Candidatos e mostrou que a previsão dos especialistas estavam corretas. Tal derrotou Portisch por 5,5 x 2,5 e enfrentou Bent Larsen, um dos reis sem coroa na semi-final. Larsen por sua vez, derrotou Borislav Ivkov pelo mesmo placar. Nas Semifinais,o confronto Larsen x Tal foi muito equilibrado, mas Tal se sobresaiu e venceu pelo placar de 5,5 x 4,5.
Na final do Torneio dos Canditados, Mikhail Tal chegou como favorito e vários especialistas achavam que o enxadrista da Letonia esmagaria o Russo no final e conseguiria então a chance de enfrentar Petrosian pela Disputa do Titulo Mundial de 1966, mas não foi isso que aconteceu...
Boris Spassky chegou com muita moral na final do Torneio, pois venceu de maneira convincente Paul Keres e Geller, fortes candidatos para o titulo do torneio e na final não foi diferente. O Russo mostrou um xadrez envolvente, colocando Mikhail Tal em posições desconfortáveis e assim Spassky venceu o torneio pelo placar de 7x4 e conseguiu assim o direito de enfrentar Tigran Petrosian pelo Titulo Mundial.
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| Petrosian e Spassky |
Clima Antes do Mundial de 1966.
Spassky, chegou no mundial como um dos jogadores mais populares da época, devido sua brilhante campanha no Torneio dos Candidatos no ano anterior e por essa razão entrou no confronto com o atual campeão mundial como grande favorito. Spassky não tinha só vencido de maneira convincente grandes nomes do xadrez como Keres, Geller e o genial Mikhail Tal, como também jogou um xadrez diferente, moderno, em um estilo universal, se tornando assim seu estilo de jogo um modelo para outros enxadristas.
Boris conseguia se deliciar dentro das emblemáticas linhas do Gambito de Rei como em outras aberturas abertas, como conseguia mostrar um xadrez elegante dentro das Índias e jogava de maneira inteligente e eficiente dentro de posições fechadas, o que dava ao russo uma excelente condição de passar sobre a forte defesa de Petrosian. Devido tudo isso era considerado por algumas pessoas como primeiro jogador completo da história. Mas o que pesou contra Spassky no match era sua baixa atuação em match, pelo menos na época e devido isso seu jogo começou a entrar em decadência após o décimo jogo. Ele conseguiu retomar o nível de jogo após algumas partidas, mas a superioridade Petrosianica se sobressaiu e o arménio venceu o match.
Após o match, Spassky descreveu Petrosian: " Antes de tudo, ele é um estrategista estupendo."
Biografia dos Enxadristas:
Campeão Mundial de 1963 e defensor do titulo: Tigran Petrosian
Tigran Vartanovich Petrosian, em armênio Տիգրան Վարդանի Պետրոսյան, (Tíflis, Geórgia, 17 de junho de 1929 — Moscovo, 13 de agosto de 1984) foi um jogador de xadrez e Campeão do Mundo da modalidade.
Os seus resultados no torneio trienal, que determina o jogador que se bate com o campeão do mundo pelo título da modalidade, demonstram uma sólida evolução: 5º em Zurique em 1953; 3º lugar partilhado em Amsterdão em 1956; 3º na Jugoslávia em 1959; 1º em Curaçao em 1962. Em 1963 derrotou Mikhail Botvinnik com o resultado 12,5 – 9,5 tornando-se campeão do mundo de xadrez.
Petrosian defendeu o seu título em 1966, derrotando Boris Spassky por 12,5 – 11,5. Contudo, em 1969, o mesmo Spassky derrotou-o por 12,5 – 10,5. Em 1968, a universidade de Yerevan concedeu-lhe um mestrado, tendo Tigran apresentado a tese "Lógica no Xadrez".
Tigran Vartanovich Petrosian foi o único jogador a ganhar um jogo a Bobby Fischer durante os últimos jogos do torneio de candidatos de 1971, acabando com a sequência impressionante de Fischer de dezenove vitórias consecutivas (6 ainda nos jogos do agrupamento Interzonal, 6 frente a Mark Taimanov, 6 frente a Larsen e ainda o primeiro jogo do seu match).
O seu nome baptiza duas importantes aberturas: a variação de Petrosian da Defesa Indiana de Rei (1. d4 Nf6 2. c4 g6 3. Nc3 Bg7 4. e4 d6 5. Nf3 O-O 6. Be2 e5 7. d5) e também a na Indiana da Dama (1. d4 Nf6 2. c4 e6 3. Nf3 b6 4. a3).
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| Detentor do Titulo Mundial. Tigran Petrosian. |
Desafiante do Titulo Mundial: Boris Spassky
Boris Vasilievich Spassky, em russo Бори́с Васильевич Спасский, (Leninegrado, 30 de Janeiro de 1937) é um jogador de xadrez russo naturalizado francês e, antigo campeão mundial.
Aprendeu a jogar xadrez aos cinco anos de idade e aos 18 ganhou o Campeonato do mundo de xadrez júnior, disputado na cidade belga de Antuérpia, tornando-se grandmaster (grande mestre, distinção atribuída no mundo do xadrez segundo critérios muito restritos).
Spassky era considerado um jogador equilibrado, podendo adaptar o seu estilo de jogo ao adversário, o que lhe conferiu uma boa vantagem para levar de vencida muitos grandmasters de topo. Por exemplo, no match final do torneio dos candidatos (onde o vencedor será o contendor do campeão do mundo em título, disputando-lhe o título) contra Mikhail Tal, o táctico lendário (Tbilisi, 1965), Spassky consegui conduzir o jogo evitando a força da táctica de Tal. Esta vitória conduziu-o para o seu primeiro match pelo Campeonato do Mundo contra Tigran Petrosian em 1966. Spassky acabou por perder por 12,5 – 11,5, mas ganhou o direito a desafiar Petrosian novamente três anos depois. Mais uma vez, a flexibilidade do estilo de Spassky foi a chave para a vitória que acabou por celebrar contra Petrosian, por 12,5 – 10,5, no campeonato de 1969 – ao adoptar o estilo de Petrosian.
O reinado de Boris Vasilievich Spassky como Campeão do Mundo durou apenas três anos, uma vez que perder o título para o americano Bobby Fischer em 1972. A disputa foi em Reiquiavique, capital da Islândia, no auge da Guerra Fria e consequentemente foi vista como um símbolo da confrontação política existente. Fischer ganhou e Spassky voltou para a URSS em desgraça; apesar disso, Spassky continuou a jogar e ganhou vários campeonatos, incluindo o Campeonato Soviético em 1973.
Em 1974, no apuramento dos candidatos, Spassky perdeu para a estrela em ascensão Anatoly Karpov em Leningrado, +1 -4. Karpov reconheceu publicamente a superioridade de Spassky, mas após uma série de jogos soberbos, Karpov conquistou os pontos suficientes para conquistar o match.
Nos anos seguintes Spassky mostrou-se relutante a dedicar-se totalmente ao xadrez: confiando no seu talento natural soberbo para o jogo, por vezes preferia jogar uma partida de ténis a trabalhar afincadamente no tabuleiro. Com efeito, o Campeonato Mundial de 1972 e o match dos candidatos contra Karpov em 1974 assinalaram o início de uma fase descendente da carreira de Spassky. Spassky casou-se com uma francesa na década de 1970, adquirindo a nacionalidade francesa em 1978.
Em 1992 Fischer, após um afastamento de 20 anos do xadrez, reapareceu para jogar contra Spassky em Belgrado e Montenegro, reeditando o Campeonato Mundial de 1972. Na altura, Boris Spassky ocupava a 106ª posição no ranking da FIDE, enquanto Fischer, devido à sua inactividade durante 20 anos, nem aparecia na lista. Este match foi basicamente o último grande desafio de Boris, infelizmente problemas de saúde não lhe permitiram apresentar um desempenho credível, exceptuando em algumas partidas – o resultado foi +5 -10 =15.
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| Desafiante: Boris Spassky |
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