domingo, 16 de dezembro de 2012

Introdução ao Jogo Posicional e o problema do Centro à Distância


1- Introdução ao Jogo Posicional e o problema do Centro à Distância
(Meu Sistema- Aaron  Nimzowitch)




As relações existentes entre "elementos" e "jogo posicional".

O amável leitor perceberá logo em seguida que o meu conceito sobre jogo posicional se apóia em grande parte nas deduções que obtivemos no estudo dos "elementos". Isso se ressalta principalmente nos esquemas referentes à restrição e à centralização. A relação que existe entre elementos e jogo posicional resulta-me agradável, pois permite que a minha obra adquira uma estrutura compacta, para benefício do leitor. Mas não se deve abrigar a esperança de penetrar na essência do jogo posicional diretamente e sem maiores dificuldades. Há que se saber que o jogo posicional contém idéias próprias, como por exemplo a lei que descobri a respeito da "superproteção" e a que se refere à estratégia do centro. Também temos que reconhecer que o transporte das idéias surgidas do estudo dos elementos ao campo mais amplo do jogo posicional oferece muitas dificuldades, que são mais ou menos do mesmo tipo daquelas que se apresentam a um compositor de música que quer instrumentar para uma numerosa e variada orquestra uma "sonata" de violino. Por mais que o tema ou os motivos não se alteram, temos que amplia-los consideravelmente em profundidade e abrangência. Vamos esclarecer isso em um caso concreto de xadrez. Escolhamos, por exemplo, a restrição. Quando nos referiamos aos elementos, tinhamos um campo bastante reduzido, pois então só se tratava de restringir um peão livre ou impedir o avanço de uma cadeia de peões. No jogo posicional, por sua vez, a restrição toma uma dimensão muito maior, pois se amplia o campo. Com frequência é necessário restringir uma ala inteira e mais. Em partidas nas quais o adversário coordena com vigor especial, pode-se ver que ambas as alas, os recantos mais afastados e na verdade todo o tabuleiro está coberto no motivo que transborda por todos os lados ( nesse momento me recordo de minha partida contra Johner, Dresden 1926).
 Esse último caso é dificil para o estudante. O tema alcança amplitude épica, pois está misturado com uma série de lances que parecem não fazer sentido, mas cujo conjunto corresponde aproximadamente ao acompanhamento de uma partitura musical. Muita gente considera que tanto o jogo de manobras como o acompanhamento não merece maior consideração e deles se pode prescindir. Mais ainda, alguns amigos do xadrez acreditam que o transporte do jogo de um lado em direção ao outro do tabuleiro é uma manifestação de decadência. Na realidade, essas evoluções servem para assinalar o caminho estretégico que permitirá fazer valer a pequena vantagem conquistada (advirto que se trata de aproveitar pontos de vista estretégicos, não somente psicológicos) que fará inclinar a balança à base dessas pequenas vantagens acumuladas, a vantagem de espaço e a consequente maior capacidade de deslocamento das nossas tropas para um outro setor do tabuleiro.

GM Aaron Nimzowitsh. um dos jogadores e escritores mais importantes na história do xadrez. Influenciou jogadores como: Savielly TartakowerMilan VidmarRichard RétiAkiba RubinsteinBent Larsen, e Tigran Petrosian, e sua influência ainda é sentida hoje.



Um comentário:

  1. De domingo, 16 de dezembro de 2012,
    Para hoje, também domingo, 17/12/2017.
    Encontrando esse artigo hoje e o considero importante para mim, que busco aprender!
    Portanto, sempre atual!
    E ele me vai iniciar nesse caminho que busco: aprender um pouco de xadrez!
    Agradeço!
    Sucesso com o vosso trabalho!

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